170 anos da presença e da obra das Irmãs Vicentinas em Mariana

03/04/2019 às 06h26

 

 170 anos da presença e da obra das “Irmãs de Caridade”, - como eram conhecidas as Filhas de São Vicente no Brasil. Isto porque foi em Mariana, que elas fundaram a sede da primeira Casa da Companhia nas Américas, no Brasil e em Minas Gerais, graças à iniciativa do virtuoso Bispo Dom Viçoso, que as trouxe para a primeira capital de Minas. Arcebispo de Mariana, Dom Antônio Ferreira Viçoso solicitou, ao Padre Etienne, e obteve a vinda das Filhas da Caridade da França para o Brasil, onde ainda não eram conhecidas. Foram destinadas pela Superiora Geral da Congregação doze Irmãs Francesas para residirem em Mariana.

Não foi por acaso, mas por clarividência, que Dom Antônio Ferreira Viçoso, Arcebispo de veneranda memória da cidade primaz de Minas buscou, em meados do século 19, na longínqua Europa, mais precisamente na França, o apoio da Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, até então desconhecidas no Brasil para aqui em Mariana, instalar a primeira Casa da Providência, no país.

          A Congregação em Paris - França, cedendo ao apelo daquele que, em contato com o Vaticano e com a Igreja na Europa, vislumbrou no carisma das Irmãs Vicentinas o caminho para a implantação de uma instituição modelar, que iniciasse o processo de educação feminina e de ação social, destinada aos mais pobres, no coração de Minas Gerais, não hesitou: autorizou a viagem de 12 jovens Irmãs francesas que, após três meses, por mar do porto francês ao Rio de Janeiro e por terra, a cavalo, do Rio a Minas, chegaram a Mariana no dia 03 de abril de 1849, há 170 anos. Aos obstáculos daquela atribulada, longa e memorável viagem juntou-se o desafio, para as jovens e intrépidas Irmãs, do aprendizado da nova língua, dos novos costumes, ao mesmo tempo em que se ocupavam das visitas domiciliares aos pobres e do cuidado aos enfermos.

          Aquelas jovens Irmãs de pele alva, mãos delicadas e vozes suaves, sob o austero e longo hábito azul marinho, as cabeças cobertas por imaculadas cornetas que se assemelhavam a brancas asas, demonstraram, já no ano seguinte, a que vieram. Em 10 de março as portas do primeiro Colégio Feminino de toda Minas Gerais se abriram e até hoje permanecem abertas para a infância e a juventude desta terra e da região. Começava, aí, o itinerário vitorioso de uma Casa de Educação que sempre praticou sem alarde, com discrição, humildade e profundo sentimento de solidariedade, a inclusão, anunciada nos últimos anos como novidade pelos que se dizem educadores de vanguarda, tão pouco praticada. A ação das Irmãs, nesses 170 anos, tem garantido formação humana, cristã, intelectual e espiritual a milhares de jovens, de origem abastada ou modesta.

A data de 03 de Abril deverá ser sempre celebrada como marco do início da Educação Feminina em Mariana e Minas Gerais.


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