310 anos da Vila de Nossa Senhora do Carmo

Primeira Vila de Minas

04/04/2018 às 08h51

  A  notícias da descoberta de ouro na região das Minas  , hoje chamada de , Minas Gerais se espalharam pelo Brasil e chegaram a Portugal, milhares de pessoas acorreram à região em busca de riqueza.

Em 16 de julho de 1696, bandeirantes paulistas liderados por Salvador Fernandes Furtado de Mendonça encontraram ouro em um rio batizando-o de Ribeirão de Nossa Senhora do Carmo. Às suas margens nasceu o arraial de Nossa Senhora do Carmo, que logo assumiria uma função estratégica no jogo de poder determinado pelo ouro. O local se transformou em um dos principais fornecedores deste minério para Portugal.

Entre 1708 e 1710, ocorreram vários conflitos armados na zona aurífera, envolvendo de um lado paulistas e de outros portugueses e elementos vindos de vários pontos do Brasil, que é conhecido pela história como Guerra dos Emboabas. A insegurança, o contrabando também imperava naquela zona, contrariando as determinações reais, que havia imposto cobrança de taxas sobre toda a mercadoria que entrasse na região denominada Minas do Ouro. Os conflitos terminaram, com a expulsão dos paulistas da área, abrindo a possibilidade para a ação da Coroa Portuguesa naquele território.

Os episódios da Guerra dos Emboabas levaram a Metrópole (Portugal) a desmembrar do Rio de Janeiro a capitania constituída por São Paulo e Minas Gerais, a fim de melhor policiar a região, enviando para  o Arraial de Nossa Senhora do Carmo,1º povoamento  das  Minas de Ouro , em 1709, o governador Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, que ali fixou residência, conseguindo, em pouco tempo, serenar os espíritos e estabelecer a ordem.

 
Em 1711, sendo já considerável o desenvolvimento do Arraial de Nossa Senhora do Carmo, um ato do citado governador Antônio de Albuquerque, de 8 de abril, elevou-o à categoria de vila, sob a denominação de Vila de Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo de Albuquerque, nome que seria modificado, quando de sua confirmação por dom João V, em 14 de abril de 1712, para Vila Leal de Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo.

A elevação a Vila exigiu a implantação, segundo as determinações metropolitanas, uma estrutura administrativa e judiciária representada pela Casa Câmara e Cadeia. Assim em 04 de julho de 1711, foi criada na Vila de Nossa senhora do Carmo a primeira Câmara das Minas Gerais como mesmo status da Câmara da cidade do Porto em Portugal.


A vila, em pouco tempo, transformou-se em principal centro de comércio e instrução de Minas Gerais. O sucessor de Albuquerque, dom Brás Baltazar, encontrou várias dificuldades em solucionar a cobrança do quinto por bateia utilizada na exploração do ouro. Temendo uma guerra civil, comunicou­-se com o governo metropolitano, que ordenou fosse o imposto cobrado sobre o montante do metal extraído e sobre as indústrias e profissões. Essa providência acalmou momentaneamente os ânimos.

 

Retirando-se Dom Baltazar e tendo assumido o governo Dom Pedro de Almeida Portugal, Conde de Assumar, rompeu-se o equilíbrio penosamente mantido pelos seus antecessores, lavrando nos espíritos o incêndio da revolta. Até meados de 1720. A vila viveu dias agitados, culminando o mal-estar reinante no motim chefiado por Filipe dos Santos, sobre o qual recaiu implacável a justiça do governador. Como decorrência desse acontecimento foi criada, a 2 de dezembro do mesmo ano. A capitania Independente de Minas Gerais.

No dia 29 de outubro de 1730, João Lopes de Lima, morador em Atibaia, São Paulo, vindo com o seu irmão Francisco Augusto de Lima e o Padre Manoel Lopes, além de muitos outros bandeirantes ilustres, sendo estes os primeiros moradores da Ribeirão do Carmo, de comum acordo com o Governador Arthur de Sá Menezes, estabeleceu uma linha de Correio Ambulante entre Rio- São Paulo-Mariana, afim de que, dada a extensão do crescimento demográfico da nova terra descoberta: o Eldorado mineiro, com o seu opulento ribeirão, que atraía numerosas caravanas de aventureiros à cata de ouro, melhores e mais rápidos meios de comunicação pudessem ter com as autoridades reais, em São Paulo e Rio de Janeiro, sendo, então, Mariana o ponto convergente de todo o movimento extrativo do ouro.

Em 1745, por ordem do rei de Portugal D. João V, a  vila de Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo foi elevada à cidade  com o nome de Mariana – uma homenagem à rainha Maria Ana D’Austria, sua esposa. Transformando-se no centro religioso do Estado, nesta mesma época a cidade passou a ser sede do primeiro bispado mineiro. Para isso, foi enviado, do Maranhão, o bispo D. Frei Manoel da Cruz. Sua trajetória realizada por terra durou um ano e dois meses e foi considerado um feito bastante representativo no Brasil Colônia. Um projeto urbanístico se fez necessário, para a Primeira Capital das Minas Gerais, sendo elaborado pelo engenheiro militar José Fernandes Pinto de Alpoim. Ruas em linha reta e praças retangulares são características da primeira cidade planejada de Minas e uma das primeiras do Brasil.

 Mariana - Primeiro descobrimento, primeira vila, primeira cidade, primeiro bispado e arcebispado, primeira comarca judiciária, primeira câmara municipal, primeira escola primária e normal,  primeiro correio ambulante e primeira Capital de Minas Gerais.

 

 

 

 


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